Seu simbolismo está atrelado ao do quadrado e ao da cruz. É o sólido, o tangível, o sensível; um símbolo de universalidade, de totalidade. A Terra, simbolicamente é divida em quatro cantos, em quatro partes de onde sopram os quatro ventos. Quatro são os pontos cardeias, os pilares do universo, as estações do ano, as fases da lua, os rios do Paraíso, os principais elementos naturais, os evangelistas, etc. Inúmeras e incontáveis são as simbologias em que observamos o número quatro. Na Bíblia também aparece transmitindo uma ideia de universalidade: os quatro cavaleiros, as quatro pragas principais, os quatro anjos destruidores, os quatro emblemas, etc.
Para os índios da América do Norte o quatro também desempenha papel singular nos seus entendimentos e seria um princípio organizador da natureza. O espaço se dividiria em quatro partes, assim como o tempo seria medido em quatro unidades: o Dia, a Noite, a Lua e o Ano; haveria quatro partes nas plantas: a raiz, o caule, a flor e o fruto; as espécies animais também seriam em número de quatro: as que se arrastam na terra, as que voam, as que caminham sobre quatro patas e as que caminhas sobre duas patas; os quatro seres celestes são: o Céu, o Sol, a Lua, e as Estrelas; a vida humana também se dividiria em quatro colinas: a infância, a juventude, a maturidade e a velhice; quatro virtudes fundamentais no homem: a coragem, a tolerância, a generosidade e a fidelidade; na mulher: a habilidade, a hospitalidade, a lealdade e a fecundidade; etc.
O quatro sempre é um número totalizador, é considerado também um signo de potencialidade, esperando que se opere a manifestação, que surge com o cinco. Para os dogons do Mali é o número da feminilidade, símbolo da matriz original. Para os sufis, quatro seriam as portas que o adepto da via mística deveria transpor, para eles a realidade não passa de um reflexo da única Realidade, divina e transcendente. Com esses quatro graus ou portas do aperfeiçoamento místico, podemos relacionar a evolução quaternária da anima segundo as teorias de Jung. Todo pensamento junguiano está fundado sobre a importância fundamental que ele reconhece no número quatro, a quaternidade representando para ele o fundamento arquetípico da psique humana.
